OS LEÕES NA LISTA DA EXTINÇÃO
Rei dos animais está ameaçado pela diminuição do seu habitat, pela caça ilegal e pelo comércio de partes do seu corpo. Segundo pesquisadores da Universidade de Oxford, a espécie só tem chance de sobreviver em reservas. Sua aparência é forte, majestosa e exala elegância e serenidade. Em muitos países, como a China, leões de pedra ladeiam as entradas. Eles simbolizam o poder dos proprietários, afastando as más influências. Para os leões de verdade, no entanto, as coisas andam ruins. É o que foi constatado por pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido.
O processo começou há muito tempo: durante a última era glacial, esses predadores foram morrendo aos poucos no continente americano, na Sibéria, na Europa e na Ásia Ocidental. As populações de leões asiáticos foram extintas somente no século passado – com exceção dos remanescentes no Parque Nacional da Floresta de Gir, na Índia. Os restantes 23 mil representantes da espécie que vivem na natureza – cujo habitat na África são principalmente as savanas subsaarianas – também estão ameaçados de extinção, advertem os cientistas, que compararam estudos dos últimos 25 anos relativos a 47 regiões africanas.
De acordo com a avaliação estatística, esse desenvolvimento é dramático principalmente na África Central, Oriental e Ocidental. Se nos últimos 35 anos o número de leões caiu pela metade, nos próximos 20 anos as populações deverão encolher novamente na mesma proporção. Pesquisadores da organização de proteção a grandes felinos Panthera chegaram a resultados semelhantes. “Isso acontece porque o território é de grande importância para os grupos de leões”, explica Arnulf Köhncke, especialista em preservação de espécies da organização de proteção ambiental WWF.
“Eles precisam de uma área de no mínimo cem quilômetros quadrados para a caça de zebras, búfalos e kudu [espécie de antílope]. Se fazendeiros utilizam a terra para a criação de gado, isso afasta as presas dos leões”, explica Köhncke. Tem início então um círculo vicioso, pois os leões passam a matar gado e cabras – fontes de renda das pessoas. Elas então matam os leões por vingança – ou por se sentirem pessoalmente ameaçadas.
Köhncke argumenta ainda que a pressão dos agricultores por novas terras é prejudicial à estrutural social dos leões machos: “Os animais jovens são obrigados a migrar para estabelecer novos bandos. Mas, se os territórios ficam cada vez menores, eles não são mais capazes de fazer isso.” Além da transformação do habitat natural, a caça ilegal e o comércio de partes do seu corpo para fins medicinais ameaçam a preservação do rei dos animais.
Doenças também enfraquecem as populações de leões, como a tuberculose provocada por bactérias ou a síndrome de imunodeficiência felina, causada pelo vírus FIV, semelhante ao HIV que ataca os humanos. Até hoje não há vacinas contra ambos os agentes patogênicos.
Fonte: portal rebia.org.br
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