MARTIM PESCADOR PEDE SOCORRO
Em plena semana do Meio Ambiente, uma notícia não muito boa incomoda aos ambientalistas locais e prejudica as Escolas que trabalham atividades de conscientizaçao sobre as questões ambientais.
Uma das mais importantes entidades ligadas ao meio ambiente na região do Vale do Sinos, o Instituto Martim Pescador pede ajuda para recuperar seu maior bem e voltar a trabalhar com aquilo que o tornou referência no País: a educação ambiental. Desde o início de 2016 o instituto está sem o barco, principal instrumento de trabalho. A embarcação foi confiscada pela Justiça como garantia de quitação de dívidas trabalhistas. Desde então o barco está na sede do Batalhão Ambiental em Porto Alegre, tendo como fiel depositário uma das partes da reclamação trabalhista. De acordo com o presidente da entidade, Júlio Agápio, somente em cinco ações movidas por ex-funcionários o montante devido ultrapassa os R$230 mil. Fora isso há ainda outras dívidas com a Receita Federal que somam mais R$10 mil.
“Se tivéssemos contado com a sensibilidade do judiciário e pudéssemos ter usado o nosso barco durante este tempo certamente já teríamos arrecadado o valor necessário para quitar as dívidas”, comenta Agápio, que assumiu a entidade em dezembro de 2015. Com o barco parado o Martim Pescador tem deixado de realizar novos convênios e tem hoje a receita praticamente zerada. Conforme o presidente, em atividade, a embarcação garantia a entrada de mais de R$30 mil mensais na conta da entidade. “Nossa receita era garantida pelos convênios que tínhamos com prefeituras e autarquias além das navegações particulares”, explica. Segundo ele eram feitas quatro navegações por dia, praticamente sete dias por semana.
Ajuda para evitar leilão do barco
Conforme o presidente Júlio Agápio, o Instituo Martim Pescador, tem buscado apoio de entidades públicas e também da Prefeitura para tentar intervir na aquisição do barco, evitando assim que ele vá a leilão. “O Martim é um patrimônio de São Leopoldo e também do Vale do Sinos que ganhou reconhecimento nacional por ser o primeiro barco escola do país. Não há instituição de ensino na cidade que não tenha navegado no Martim. Nos preocupa pensar que podermos perdê-lo”, diz Agápio.
O prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi, garante que está nos planos do Município ajudar no resgate do barco para a cidade. “O barco é privado. Nós estamos trabalhando uma ideia dele fazer parte de todo um projeto que temos para Rua da Praia como novo espaço turístico cultural e de educação ambiental.
Portanto temos interesse de tê-lo neste projeto. Estamos iniciando o debate com a presidência do Instituto Martim Pescador para definir como vamos construir esta relação”, comenta.
Sem sede própria e sem funcionários
Desde que assumiu herdando dívidas a nova direção do Instituto Martim Pescador tem acumulado preocupações. Além do barco, a entidade perdeu também sua espaçosa sede, que ficava em uma casa alugada na Rua da Praia. “Agora nossos equipamentos estão todos em uma sala cedida no Museu do Rio. Sem aporte de recursos também não temos como contratar funcionários”, comenta o presidente Júlio Agápio. Conforme ele, o instituto tem uma casa, também na Rua da Praia, que foi doada em vida pelo proprietário a entidade. “No entanto, não foi feita a averbação, o que tem travado a possibilidade de usarmos o espaço apesar de existir a escritura pública de doação”, explica.
“Instituto não está parado”
Segundo vice-presidente da entidade, José Maria Rodrigues Nunes, garante que o instituto “não está parado”. “Toda a ação passa pelo barco, nosso principal instrumento para fazermos aquilo para o que o instituto foi criado, que é a educação ambiental na prática”, diz. Auxílio e fonte de pesquisas e trabalhos para milhares de estudantes, o barco tem feito falta no leito do Sinos na região. “É uma lástima que uma história tão bonita tenha chegado neste ponto, correndo risco de a embarcação deixar de ser da nossa cidade. Todo mundo que navegou no Sinos com o Martim certamente tem um apreço muito grande por ele”, opina a estudante de biologia Márcia Santos Fernandes, 29 anos.
Para ajudar
Interessados em ajudar o Instituto Martim Pescador podem entrar em contato diretamente com o presidente Júlio Agápio pelo telefone 9.9610.5538. O Instituto Martim Pescador foi fundado em 2002 com o propósito de destacar a importância da educação e preservação ambiental da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos. Sem fins lucrativos, a sobrevivência do projeto é garantida por meio de convênio e doações.
O barco
O barco, estilo Catamarã tem 16 metros de comprimento, seis metros de largura e dois metros e 20 centímetros de altura e tem capacidade para 55 passageiros, sendo 48 sentados na parte inferior. A embarcação do Martim Pescador ficava ancorada na esquina da Avenida Caxias do Sul com a Rua da Praia no bairro Rio dos Sinos, sendo atração para quem passava pelo local.
Fonte: Jornal VS – 02/06/17
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