CINCO OPERÁRIOS MORREM SOTERRADOS EM SP

Bombeiros levaram mais de 7 horas para o resgate
Quatro dos cinco trabalhadores mortos soterrados na segunda-feira, dia 18 de junho, em uma usina de açúcar e álcool de Lins, interior de São Paulo, morreram quando tentavam socorrer um colega que estava dentro de uma valeta de 4,5 m de profundidade e fora vítima de um desmoronamento de terra. O operário trabalhava no canal instalando tubos subterrâneos para drenagem de uma estação de tratamento de água quando houve o deslizamento que o cobriu de terra. Oito colegas, que trabalhavam nas proximidades, sobre o barranco, foram socorrê-lo, quando houve um segundo deslizamento. Nove operários foram soterrados e cinco deles morreram.

Os funcionários trabalhavam para uma empresa terceirizada e foram sepultados dia 19 de junho, em cemitérios das cidades de Araçatuba, Lins, Ubarana, Avanhandava e Guiaçara, onde moravam. O único trabalhador que estava internado recebeu alta nesta terça-feira.

Investigações internas feitas pela Usina Lins, que ouviu trabalhadores da equipe de socorro da própria usina, a primeira a chegar para o resgate, confirmaram a ocorrência de dois desmoronamentos. As testemunhas também relataram que apenas um trabalhador estava dentro do canal no momento do primeiro desmoronamento. O boletim de ocorrência da Polícia Civil cita dois operários, sendo que um deles teria saído a tempo para pedir socorro aos colegas.
Delegacia Seccional de Lins abriu inquérito
De acordo com uma das testemunhas ouvidas, o segundo desmoronamento ocorreu quando os operários já tinham conseguido, com as mãos, desenterrar a cabeça do colega que estava dentro do canal. Eles se preparavam para retirar a terra do restante do corpo quando houve a segunda ocorrência. Depois disso, a equipe de segurança impediu que operários agissem por ímpeto para evitar novos deslizamentos e novas vítimas. Os bombeiros que chegaram fizeram reforço das escoras e iniciaram as operações de resgate.
Segundo a assessoria da usina, a empresa vai colaborar com a polícia para esclarecer as causas do acidente, que até agora são desconhecidas. A Delegacia Seccional do município de Lins, no estado de São Paulo, onde ocorreu o acidente, abriu inquérito para apurar o acidente. Segundo o delegado Wellinton Martinez Hernandes, a polícia aguarda resultados de exames da perícia no local e nas vítimas, que devem sair em 30 dias, para prosseguir com as investigações que apontarão as causas do acidente.
“Os resultados vão nos apontar se a obra tinha projeto, se era regular ou não, se estava sendo bem feita, se necessitava de escoras, se havia ou não escoras, se eram bem feitas, etc., e outras informações que vão ajudar a polícia a apontar as responsabilidades pelo acidente”, comentou o delegado. Segundo ele, a polícia deve iniciar nos próximos dias as oitivas com as vítimas do acidente. “Os depoimentos delas também serão importantes para que possamos entender o que realmente aconteceu.” Os resultados dos exames devem sair em 30 dias.

O acidente


Cinco operários morreram soterrados na tarde do dia 18 de junho, quando trabalhavam nas obras de instalação de uma tubulação subterrânea na usina de açúcar e álcool Lins, na cidade do mesmo nome, no interior de São Paulo.

Nove pessoas trabalhavam na escavação no momento do acidente, por volta das 15h15. Quatro homens foram salvos com vida, mas cinco foram retirados já mortos, informou a assessoria de imprensa da usina. O corpo do último trabalhador foi encontrado por volta das 22h15, depois de mais de sete horas de buscas.

Fonte: Revista Proteção – Edição 246.

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