ONÇA SEM MATA, MATA SEM ONÇA…
Mata Atlântica, viveiro da onça pintada |
O bicho de verdade, maior felino do hemisfério Ocidental, terceiro maior do mundo (tigre e leão à frente), rondava também o bioma Pampa, mas foi varrido pelos gaúchos de todas as procedências, com e sem acento. A meados dos 1930, a pintada podia ser vista até nos arredores de Porto Alegre, sempre solitária, que em grupo é invenção de carteira cheia: o animal tem manhas de gato, gosta de viver só.
No Rio Grande do Sul de agora, o número de onças se calcula em quatro ou cinco, punhado espremido no Parque Estadual do Turvo, em Derrubadas, esquina com Argentina e Santa Catarina. Esse assassínio gradual da espécie Panthera oncatem relação direta com a devastação da Mata Atlântica, reduzida a menos de 10% da sua cobertura précolonização europeia. Das áreas restantes, apenas 24% são extensas o bastante para hospedar as onças, e o animal está ocupando 7% desses retalhos, publicaram 13 cientistas brasileiros em janeiro na revista Science.
Onça Pintada é uma espécie em extinção |
O biólogo Dante Meller, gestor do Parque do Turvo, reputa a sobrevivência de onças no Estado à proximidade com a província argentina de Misiones, cujas florestas se estendem até o Parque Nacional do Iguaçu (PR).
“É um animal difícil de ser avistado. Normalmente encontramos rastros. Há poucos dias soubemos de pegadas num município próximo à Reserva Indígena do Guarita, a 15 quilômetros daqui. Achamos que a onça faz esse trajeto de ida e volta” – sugere Dante, lamentando o conflito com agricultores e pecuaristas. “Procuramos trabalhar, mas há pouca gente. O povo se estabeleceu nessa cultura de caçar e explorar a floresta”.
O cenário não é muito melhor no Iguaçu, onde a população de onças caiu de 180 para 18, informam Marina Xavier da Silva e Ronaldo Morato, que coordenam, respectivamente, o projeto Carnívoros do Iguaçu e o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (Cenap).
Peça mais informações pelos fones (51) 3473-0178 para ESTEIO e (51) 3541-2441 para TAQUARA.
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