PRÓSTATA: O CÂNCER DO HOMEM
O Exame do Toque é diagnóstico mais eficiente |
Não se sabe por que o câncer de próstata surge e existem poucos fatores de risco identificados; o principal é a idade, sendo este câncer raro em pacientes com menos de 40 anos e extremamente comum após os 80 anos. Conforme o ser humano começa a viver mais anos, as doenças da próstata começam a ficar cada vez mais frequentes. Como o câncer da próstata costuma ter crescimento lento, permanecendo assintomático por muitos anos, muitos idosos têm a doença e não sabem. Na verdade, estima-se que entre 50% e 80% dos homens acima de 80 anos tenham câncer de próstata em algum grau de desenvolvimento.
Além da idade, também são fatores de risco já identificados:
- Afrodescendência
- História familiar positiva
- Obesidade
- Tabagismo
Ao contrário da hiperplasia prostática benigna que faz a próstata crescer de modo uniforme e simétrico, o tumor da próstata apresenta crescimento irregular e localizado. Por isso, dependendo da área onde surge o câncer, pode não haver compressão da uretra e, portanto, sintomas de uma próstata aumentada.
Na ilustração mostramos dois exemplos de câncer de próstata: à esquerda, um que cresceu ao lado da uretra causando sua compressão; à direita, outro que surgiu longe da uretra e só causará sintomas urinários quando estiver muito grande.
Quando o tumor cresce em direção à uretra e causa obstrução, os sintomas mais comuns são:
- Dificuldade para urinar
- Jato de urina fraco
- Dor ao urinar
- Necessidade de urinar com frequência, uma vez que, com a obstrução da passagem da urina, a bexiga está constantemente cheia, conseguindo apenas esvaziar pequenos volumes de cada vez.
A hematúria e a hematospermia (sangue na urina e no esperma, respectivamente) podem ocorrer no câncer de próstata, mas não são sintomas comuns. Nestes casos deve-se pensar também em cálculo renal, infecção urinária ou câncer da bexiga.
O preconceito masculino é maior entrave ao exame |
Afrodescendência é um dos fatores de risco |
O coordenador do centro de urologia, Cláudio Murta, alerta que certos tumores só são detectados por meio do exame do toque, como é popularmente conhecido. Para ele, o percentual de homens que deixam de se submeter ao procedimento “é alto e preocupante”. “A gente sabe que o câncer de próstata é o mais comum que afeta os homens”, lembrou.
“Existe uma questão cultural de os homens acharem que, ao fazer o toque retal da próstata, vão perder a masculinidade”, acrescentou Murta sobre as razões que levam os pacientes a evitar o exame. Há ainda, segundo o médico, outros fatores, também culturais, que fazem com que o homem não cuide da saúde. “Tem uma questão também do homem, por ser o provedor da casa e não querer faltar ao trabalho para ir ao médico”, ressaltou.
Essas resistências vêm, entretanto, sendo vencidas ao longo do tempo, de acordo com Murta. “O que a gente percebe na prática clínica é que nos últimos dez, 15 anos, vem caindo gradativamente o número de homens que se recusam a fazer o exame. E isso se reflete nos números de diagnóstico precoce de câncer de próstata”, destacou o especialista.
A identificação da doença nos estágios inciais facilita o tratamento e o torna menos invasivo. A partir dos 45 anos, todos os homens devem fazer um check up anual. “Podemos afirmar que os homens estão mais conscientes e, por influência da esposa e dos filhos, buscam mais ajuda médica. Mesmo assim, eles ainda vivem menos do que as mulheres” diz Murta, ao alertar que o público masculino precisa dar mais atenção à saúde.
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