O QUE O SMARTPHONE APOSENTOU

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Aplicativos substituem inúmeras ferramentas

Acessar a internet, ver e-mails, ouvir música, mandar mensagens, pedir táxi, acordar na hora certa, tirar fotos e até realizar ligações: dá para fazer de tudo no celular. Funções que antes eram providenciadas por diversos outros aparelhos — como câmera, despertador, calculadora, CD player — estão agora incluídas em um mesmo lugar. E, com tamanha gama de utilidades, os smartphones vão se tornando praticamente indispensáveis para muitos, que nem se dão conta de tudo o que fazem com um só aparelho que levam no bolso.

Tanta sofisticação levou à defasagem de vários dispositivos, cujas funções acabaram sendo assumidas pelos smartphones. Hoje não se vê mais ninguém portando um discman, e são raros os turistas que andam com um mapa físico na mão. Mas há aqueles que não trocam a tecnologia antiga por nada: vinis e toca-discos, rádios e até fitas cassete permanecem sendo ouvidos em muitas casas, enquanto ainda há orelhões espalhados pelas ruas — produtos sempre visados quando uma tecnologia mais nova falha.

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Várias tecnologias ao alcance da mão

Entre os jovens, o aparelho torna-se quase uma extensão do corpo: sempre por perto e usado para uma variedade de funções. A estudante de turismo Fabiana Zanotta, 22 anos, não desgruda do celular, mas só percebeu o quanto o aparelho é importante no seu dia a dia quando ficou um tempo sem ele. Sem bateria e sem ter como carregá-la durante dois dias, Fabiana não acordou a tempo, ficou incomunicável e não sabia seus horários direito.

— Perdi alguns compromissos, fiquei muito perdida sem minha agenda, sem o despertador. O meu mundo está ali — diz ela.

Já Tiago de Campos não se diz tão dependente do smartphone, mas sabe muito bem as facilidades que tê-lo sempre à mão traz.

— Praticamente não vou mais ao banco, e ficou bem mais fácil pegar táxi. Também acesso as redes sociais, respondo e-mails, vejo vídeos e ouço música, tudo pelo celular — diz o estudante de arquitetura.

Para o professor da Unisinos Luciano Ignaczak, essa capacidade multitarefa dos celulares é um sinal da convergência tecnológica — em que um só dispositivo vai assumindo as funções de vários outros. O mesmo já aconteceu com os computadores e também atinge, atualmente, os tablets. A tendência, para ele, é de que a capacidade de realizar atividades diversas cresça ainda mais conforme os aparelhos forem evoluindo.

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Professor Luciano Ignaczak, da Unisinos

— O mobile é hoje a principal forma de as pessoas se comunicarem à distância e também de fazer um grande número de atividades que, antes, ficavam espalhadas entre vários outros aparelhos — afirma o coordenador da especialização em desenvolvimento de aplicações para dispositivos móveis da Unisinos.

O celular é uma grande central de entretenimento: é possível assistir a filmes e vídeos, postar fotos, descobrir lugares, jogar e comentar assuntos diversos com os amigos por ali. Mas nem só de diversão é feito o aparelho. Como pequenos computadores, os smartphones têm sido utilizado cada vez mais para realizar tarefas corporativas e facilitar a comunicação, seja com a família, seja com clientes ou colegas de trabalho.

— Para muitos profissionais, não é preciso mais carregar o computador da empresa ou ir até o escritório para trabalhar — explica Rodrigo Villarreal Goulart, coordenador do curso de Sistemas para Internet da Feevale. — Mas é preciso ter cuidado com o volume de informações que se recebe no celular, o que pode causar improdutividade ou dependência.

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Rodrigo Villareal Goulart, da Feevale

O analista e desenvolvedor de sistemas Alan Miño conhece os benefícios e os problemas de estar com o celular na ponta dos dedos o tempo todo. Sócio de uma empresa de serviços digitais, Alan passa boa parte dos dias online e se, por um lado, está sempre disponível para atender novos pedidos, por outro acaba não conseguindo desconectar.

— O celular é um escritório portátil: podemos executar nosso trabalho de qualquer lugar, bastando ter conexão com a internet. O problema é que, sem controle, você não desliga nem nas férias — pondera.

Ele lembra que, no início da telefonia móvel, a grande vantagem era poder fazer ligações sem ter de recorrer ao aparelho fixo. Hoje, diz Alan, o que menos se faz nos smartphones é telefonar:

— O mais engraçado é o esforço necessário para lembrar como era antes.

Fonte: Zero Hora – Edição de 24.02.2016

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