RADIAÇÕES E O CÂNCER DE PELE

Os perigos do bronzeamento artificial ficaram em evidência em junho do ano passado, quando a britânica Donna Belley, 39 anos, morreu depois depois que 19 tumores tomaram conta de seu corpo. Ele começou a usar os aparelhos aos 16 anos e chegou a se submeter a duas sessões por semana. Pouco antes de falecer, declarou que jamais teria chegado perto de um dos aparelhos se soubesse das possíveis consequências.

“São grandes emissores de radiação ultravioleta A e B, que, além do câncer, podem causar o envelhecimento precoce da pele e facilitar o desencadeamento de crises em pessoas que têm herpes e lúpus eritematoso”, esclarece a diretora do Instituto de Dermatologia e Estética do Rio de Janeiro, Luna Azulay Abulafia, que também é médica do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
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Hospital Clementino Braga Filho |
Abulafia alerta ainda para a falsa sensação de segurança conferida pelos protetores solares. Segundo a especialista, muitos ainda acreditam que, por estarem usando o produto, podem permanecer na praia por tempo indeterminado sem correr qualquer risco. “Ficam um longo período sob sol intenso sem reaplicar o filtro, como deveria ser feito. Além disso, é preciso conscientizar a população da importância de usar vestimentas adequadas e de evitar evitar o horário entre 9h30 e 16h00”, analisa.
Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de pele é o tipo mais comum da doença no Brasil, correspondendo a 25% dos diagnósticos. Estima-se que cerca de 134 mil brasileiros descobrirão a enfermidade em 2012. Destes, 6.230 terão melanoma. Seus sinais são feridas cuja cicatrização demore mais de quatro semanas, variação na cor de pintas preexistentes e manchas que coçam, descamam, ardem ou sangram.
O tratamento mais indicado é a cirurgia, que pode ainda ser combinada com radioterapia e quimioterapia, de acordo com o estágio do tumor. O melanoma, no entanto, é incurável na maioria dos casos em que se espalha para outros órgãos. Nestes casos, a terapia objetiva aliviar os sintomas para propiciar melhor qualidade de vida aos pacientes.
A prevenção, basicamente, consiste em evitar a exposição prolongada e sem proteção ao sol ou a outra fonte de raios ultravioletas, principalmente na infância e na adolescência. Pessoas com pele e olhos claros, com cabelos ruivos ou loiros e as que possuem histórico da doença na família devem ter atenção redobrada.
As radiações são formas de energia que podem trazer vários prejuízos também à saúde dos trabalhadores, principalmente aqueles envolvidos em atividades de exposição aos raios solares, onde há presença de raios infravermelhos e ultravioletas. O uso de bloqueador solar para estes trabalhadores já é conhecido como medida de proteção e está incluído na lista de Equipamentos de Proteção Individual da Norma Regulamentadora número 6. Por isso, empresas que executam atividades em céu aberto tem a obrigação de proteger seus trabalhadores e proporcionar todo o conforto necessário aos mesmos.
Fontes: Jornal do Brasil (ed. 03.04.2012) e Manual de Segurança e Medicina do Trabalho – Editora Atlas (69.a edição)
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